"Os meninos do meu tempo gostavam de ver o acendedor de lampião, ao lusco-fusco, em sua tarefa cotidiana". O trecho acima é do livro "Folguedos Infatins Caririenses", de J. de Figueiredo Filho. Este e outros seis volvumes ("História do Cariri" I a IV, "...Engenhos de Rapadura do Cariri", e "Cidade do Crato") foram reeditados pela Secretaria de Cultura do Estado, em parceria com a Universidade Federal do Ceará.
J. de Figueiredo Filho é descrito pelo seu neto, Flamínio Araripe, como um homem que gostava de banda cabaçal, reisado e dos Beatles. Mas não só isso. Na sua obra, que comecei a ler com voracidade, reencontro um Cariri que julgava só existir no seio de parte de minha família. O Crato das ruas de antigamente: minha avó, Maria Silvestre, até morrer chamava a Santos Dumont de Rua das Laranjeiras.
Meu pai e eu ainda chamamos a Pedro II de Pedra Lavrada. Rua Formosa! Beco dos Calangos.
Expressões como "botador de sentido", alguém sabe o que é? Pois é! Meu povo ainda lança mão de jóias como essa. Trata-se daquele que pastora uma lavoura ou um pequeno rebanho. Aquele que volta todos os seus sentidos para algo.
Prestem atenção no que receita J. de Figueiredo Filho para a infância: "A criança não pode ser criada exclusivamente na dura realidade das coisas. É erro de educação querermos enquadrá-la imediatamente na objetividade da vida. O menino tem de criar, de imaginar coisas fantásticas, até que acorde, diante do mundo real. (...) acreditar em fadas e em gênios, do bem ou do mal. Não devemos , fora do tempo, destruir nele esse mundo imaginário. Esperemos um pouco. Tudo isso soçobrará, paulatinamente, sem choques abruptos..."
Expressões como "botador de sentido", alguém sabe o que é? Pois é! Meu povo ainda lança mão de jóias como essa. Trata-se daquele que pastora uma lavoura ou um pequeno rebanho. Aquele que volta todos os seus sentidos para algo.
Prestem atenção no que receita J. de Figueiredo Filho para a infância: "A criança não pode ser criada exclusivamente na dura realidade das coisas. É erro de educação querermos enquadrá-la imediatamente na objetividade da vida. O menino tem de criar, de imaginar coisas fantásticas, até que acorde, diante do mundo real. (...) acreditar em fadas e em gênios, do bem ou do mal. Não devemos , fora do tempo, destruir nele esse mundo imaginário. Esperemos um pouco. Tudo isso soçobrará, paulatinamente, sem choques abruptos..."
Grande lição. Grandes lições. Leitura apaixonante. Muito obrigado Flamínio.
PS. Tenho um filho chamado João que gosta, como toda criança de 12 anos, de video-game e de internet, mas ama Beatles e Luiz Gonzaga. Ah, e todos os anos ele passa férias no Cariri.
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