Antes dela foram todas em P&B. Grandes, algumas com pés. Teve uma que era montada dentro de um móvel. A agonia era grande toda tarde. É que a imagem, no sítio, no sopé da Chapada do Araripe, não ajudava. Meses de julho e agosto, então, era uma desgraça. O vento forte fazia o que queria com a antena e lá se ia embora a imagem.
Era viciado no seriado Tarzan. Passava à tarde na extinta Tupi. O Canal 2, dos Diários Associados. Dia desses, a desgraça da imagem fugiu. Ficou o áudio apenas. E ruim! Quase enlouqueço girando o seletor à procura de sintonia. A vista embaçou. Não vi mais nada e como faz toda criança desconsolada, comecei a chorar.
No início da noite ainda estava mal. Perdera o episódio, praguejava com a maldita TV. Ao chegar do trabalho meu pai foi ver se tinha conserto. Ligou o aparelho. Eu ali, do lado, ansioso. A expectativa agora já era para o dia seguinte. Ele examinou um instante só e achou o “defeito”: em vez de canal 2, estava no canal 3. Daí a falta de imagem e o áudio ruim.
E o velho aparelho de TV me deu uma lição: afobação não resolve problema.