Agosto chegou com seus sortilégios. Trouxe também a chuva do caju e a lembrança do tempo de infância, das brincadeiras de castanha. Quem nunca jogou castanha não sabe o que é bom. Há muita pureza, em que pese o valor monetário envolvido.
Castanha é um produto valioso na roça. Vários armazéns compram as safras de pequenos produtores para revender às grande indústrias. Na verdade, são atravessadores. A meninada do meu tempo costumava juntar castanhas para, ao final da safra, vender nesses depósitos e apurar algum trocado.
Antes, porém, a castanha armazenada virava objeto de desejo e brinquedo. A brincadeira remonta a tempos imemoriais. J. de Figueiredo Filho descreve o jogo e suas variantes no seu brilhante livro “Folguedos Infantis Caririenses”, recentemente reeditado pela Secretaria de Cultura do Estado. Nesse endereço há uma boa descrição da brincadeira: http://migre.me/5oM8G.
Quando a castanha torrada é aquela que a gente cata ou ganha no jogo, juro, ela é mais gostosa.
Hoje, na cidade grande, não se joga mais castanha. Nem pião, nem futebol na rua ou no campo de terra batida. E, pra meu desassossego, também não se celebra mais a chuva do caju.
Taí uma brincadeira que eu não tinha conhecimento! Chuva do Caju só me lembra do Dedé, mandando a gente fazer matéria sobre. Não é só a infância que traz saudades.
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