Bastião. Tenho a impressão de que ele nunca se alterou. Era um homem suave.
Um dia foi ao médico: “O senhor tem quantos anos?”,
perguntou o doutor por trás de um raio-X. -78...
“Fuma desde quando?”
– 14.
– 14.
“Seria bom ele para de fumar!” interveio minha mãe, que o
acompanhava.
“Não. Não é mais necessário.”
Zé Grande eu conheci pouco. Foi pro Rio de Janeiro há muitos anos. Meu avô João prostrou-se numa rede quando deu conta da fuga. Pelo que ouvi falar, José morreu de tristeza após perder a filha Tereza para a depressão.
Os gêmeos vieram depois da tragédia: Maria Grande chorara e praguejara tanto que o Criador parece ter-se arrependido de tirar-lhe um filho de seis meses. Na barriga seguinte, nasciam Joaquim e Antônio. Duas jóias. Joaquim é das aves que acertaram com a estrada de volta. Antônio arranchou-se no Paraná.
O namorador Afonso gostava de pinga e de forró. Levou vida de gado. Sempre no lombo de um animal. Luís fez-se enfermeiro por onde andou. Patrulhou Suez, no Egito, pelas forças da ONU.
Raimundo tornou-se militar. Um homem de pedra com coração de
manteiga. E o outro José, que fechou a conta.
PS. Na ordem, da esquerda para direita, de cima para baixo: José Silvestre (Zé Grande), Sebastião Silvestre, Joaquim Silvestre, Antônio Silvestre, Afonso Silvestre, Luís Silvestre, Raimundo Silvestre e José Venilson Silvestre.
QDO VI AS FOTOS NA HORA RECONHECI MEU PAI, O VELHO QUINCO ELE TEM ESTA FOTO AINDA LÁ EM CASA...LINDO ATÉ ME EMOCIONEI!!!!!
ResponderExcluirHenrique, se eu já tivesse aprendido com segurança a diferença entre direita e esquerda, podia dizer sem medo de errar que tu tens os olhos do Sebastião Silvestre. Mas caso não tenha aprendido e tenha errado o chute, que fique claro: tu tens os olhos daquele lá de cima, com o bigode menor e com paletó sem estrela, como o do outro. Pronto. Tao bom ler o que você escreve. Eu queria ter nascido numa cidade do interior, como tu, onde as raízes da gente são mais claras. OBS: passei uma semana sem internet.
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