
Pão Doce foi colega de Tiro de Guerra de Meu Pai. Esquelético. Não, um “mané-mago”. Um dia, o sargento que dava a instrução física, castigou a turma com incontáveis voltas correndo em torno do campo de futebol. Depois, passou um sabão. Chamou-os de frouxos e outros adjetivos menos nobres. Por fim, desafiou: “Sou um homem maduro, que serviu na caserna! Agora, apareça um de vocês pra fazer exercícios comigo!”
A turma inteira ficou paralisada. Pão Doce, que mal respirava após o castigo imposto à turma, deu passo à frente e disse: “Proto, sargento”. A turma entendeu a senha e cercou o militar, que sacou da arma e ordenou “última forma!” Todos dispersaram. E o sargento escapou de uma sova.
Zé Lopes era comerciante de gado em pé. Comprava rezes e as vendia para o abate. Reza a lenda que um dia de setembro, numa das estradas vicinais que corta a Chapada do Araripe, ele foi visto puxando uma rês para dentro de um fusca. Isso mesmo, um novilho, pequeno é verdade, devidamente laçado numa corda caroá, era puxado para entrar no fusca, que estava sem o banco do passageiro para aumentar o espaço.
Alguém que passava gritou: “Cabe não, seu Zé!” E ele: “Esse fdp, entra! O outro não entrou?”
Você narrando aqui essas histórias é muito interessante, engraçado. Mais interessante, entretanto, é ouvir você contando, com esse seu "jeitinho" também embrutecido de quem rebolou um monte de macaúba fora só porque não vendeu. Contar as histórias e dar sua risada gaiata no final é o que acaba transformando você também num desses tipos do homem do sertão. Gente que vale a pena conhecermos só para encher o embornal da vida de histórias para contar. Bjs.
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