Alguma memória

Aqui vão alguns registros de memória do sertão que há dentro de mim.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O encantamento da pedra

Faz pouco tempo publiquei no Facebook a série de textos “Saudades do Cariri”. São textos despretenciosos, surgidos numa horinha de ócio. Acredito que é chegado o tempo de compartilhá-los, mesmo que com alguma alteração, com mais gente:

Minha família tem uma pequena propriedade rural nos confins de Araripe, município esquecido situado na divisa do Ceará com o Piauí.

Lá, João Silvestre, meu avô, cultivou arroz, milho, feijão, fava e mandioca. Criou cabras e uma bela ninhada de filhos.
Às vezes tenho a impressão de que Gabriel Garcia Marquez passou por aquelas bandas antes de escrever Cem anos de Solidão. Minha tia Ester bem que podia fazer parte da incrível Macondo. Ela ainda hoje acredita que tomar café e depois se balançar numa rede ofende, faz mal, pode “dar o ramo”.

Dentre muitas coisas e pessoas fantásticas, está a poesia que nasceu ali para denominar os fósseis que pontificam por toda parte: "pedras de peixe encantado". Levou muito tempo pra que eu descobrisse o valor desse encantamento. Os peixes, no entender daquela gente, não se fossilizaram. Antes, se encantaram.

Não por acaso escolhi um fóssil como avatar. Tudo aquilo é puro encantamento.

2 comentários:

  1. Henrique, posso eu sendo de peixes, uma pisciana muito lindinha e loura 'natural´ me sentir, então, também encantada? Se você disser que sou fossilizada, já vai dizendo e sabendo que eu lhe pego!!!!!!!! Adorei os peixes encantados.

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  2. Vocè bom demais. A grente fica presa na leitura desde a primeira fase dois para saber o final da história. Parabéns

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